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C.E.C.A.P - Caixa Estadual de Casas Para o Povo

Da década de 60 para 70 houveram uma série de modificações políticas, onde uma delas visava descentralizar a economia da capital para suas mediações, cujo objetivo era fazer com que o crescimento populacional acontecesse de forma racional e organizada nas cidades que circundava São Paulo, que passariam portanto a se beneficiar da coleta de impostos e a partir disso expandir. Dessa forma em 1967 o Governo Estadual criou o C.E.C.A.P ( Caixa Estadual de Casas Para o Povo), que pretendia construir e vender casas para trabalhadores sindicalizados.

 

Partindo dessa premissa foram convidados para executar o primeiro projeto C.E.C.A.P, Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha e Fábio Penteado. Projeto esse que é facilmente confundido com uma cidadela devido à quantidade de unidades e equipamentos propostos. No projeto inicial estava prevista a implantação de 10.560 unidades, distribuídas em uma área de 1.800.000 m², onde estariam divididas em 8 freguesias (nome dado por Artigas para resgatar as raízes culturais do povo brasileiro), cada qual composta por 32 blocos com 60 unidades por bloco e 64 m² cada unidade. Com esta configuração seria possível abrigar em média 55 mil pessoas. Por esse motivo a equipe de arquitetos concebeu este espaço não só como local de moradia mas também de vivência onde estavam intrínsecos os ideais políticos e idéias de democratização da arquitetura dos três arquitetos.

Maquete C.E.C.A.P.

Todo planejamento era muito parecido com um plano diretor de uma cidade, a preocupação com a dignidade de quem ali moraria fez com que no projeto houvessem espaços de uso coletivo além dos presentes em condomínios como os de hoje. Foram projetados por todo o terreno espaços de serviços coletivos tais como escolas, quadras poliesportivas, hospitais, centros de cultura, teatro, comércio, cinema, igreja e hotel, para que as pessoas tivessem mobilidade dentro de seu próprio reduto sem que precisassem se deslocar para suprir suas necessidades cotidianas.

Azul - Habitação; Amarelo - Comercio; Vermelho - Escolas /escola técnica; Magenta - Comercio Central; Vermelho escuro - Caixa d água; Cinza Escuro - Centro de Saúde; Cinza - Hospital; Laranja - Igreja; Roxo escuro - Piscina; Roxo - Teatro de Arena 

Os apartamentos foram construídos sob pilotis para que o espaço fosse aproveitado como garagem. Os blocos foram posicionados um em frente ao outro conectadas por 5 cinco caixas de escadas, com acesso cada uma as 12 unidades, garantindo assim a privacidade dos moradores e o ganho de espaço e de economia, uma vez que não foram criados corredores internos de acesso às unidades.

Elevação - Vilanova Artigas - Instituto Lina Bo Bardi

PRIMEIRA ETAPA

1° Etapa foi construída em 1968 á 1972, foram 30 blocos com 1800 unidades. Nesta etapa foi usado o sistema convencional de estrutura (todo o complexo foi projetado em estruturas pre-fabricadas). Alterando a escada do projeto original, neste uso se da escada em U, conforme imagem abaixo.

mapa de implatação da primeira etapa

Planta Unidade Habitacional 1ª etapa

SEGUNDA ETAPA

2ª etapa - Foram construídos somente 16 blocos, com 960 unidades, de 1972 á 1976.Aqui há uma redução dos blocos, descartando a ideia inicial de freguesia criado pelos autores. Mas nesta etapa os edifícios são construídos com o sistema pré-fabricado e a escada é alterada, como podemos ver na imagens abaixo. Na parte interna das unidades, o banheiro se organiza de outra maneira, cria-se uma divisão do espaço para acomodar duas atividades ao mesmo tempo.  

mapa de implatação da segunda etapa

Planta Unidade Habitacional 2ª etapa

TERCEIRA ETAPA

3ª etapa  - Foram construídos 32 blocos, 1920 unidades, de 1978 a 1981. A grande modificação foram nos modelos pré-fabricação, a escada é um deles. Como podemos ver nas imagens abaixo.

mapa de implatação da terceira etapa

Planta dos Edificio da 3ª Etapa

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